Manual de cuidados diários com os cílios
Segundo a médica, o inverno contribui para os problemas com os cílios, por conta dos dias mais frios, os ventos e os banhos muito quentes. "Pessoas com pele oleosa e olhos muito secos, por causa da baixa umidade do ar, apresentam coceira, vermelhidão e formação de pequenas "crostinhas" ou descamação, uma alteração comum que piora com água quente e exposição ao vento. Além disso, existe o uso excessivo de cosméticos como cremes com substâncias irritativas ou conservantes e maquiagens que por vezes são o meio de contaminação e propagação bacteriana ou fúngica", explica a dermatologista. Para evitar esse quadro clínico, o hábito diário de higiene das pálpebras é um dos principais cuidados que devem ser tomados. "Usar loções de limpeza dermatologicamente e oftalmologicamente testados ou sabonetes líquidos infantis e aplicar cremes de hidratação em base aquosa diariamente", ensina. Caso já venha apresentando esse quadro, a médica orienta a procura de um dermatologista. "Ele, após criteriosa avaliação, tem condição de orientar de modo focal se há presença de fungos ou bactérias ou se há necessidade de controle, pois este paciente pode ter predisposição à seborreia, hipersensibilidade, reatividade ou rosácea". A dermatologista enfatiza ainda que esse quadro pode ser caracterizado por uma patologia chamada blefarite (inflamação das glândulas na borda anterior das pálpebras), que provoca descamação na pele junto à região de união ciliar, podendo ser de origem seborreica, bacteriana ou alérgica. "Deve ser tratada no início para que não haja evolução do quadro, podendo atingir a porção interna da pálpebra e acometer o globo ocular e a córnea", afirma a Dra. Claudia. Outro problema pode ser a queda de cílios. Mas não se desespere: isso faz parte do processo de renovação das hastes dos fios ciliares e ocorrem naturalmente a cada quatro meses, respeitando as fases características dos fios capilares. De acordo com a especialista, as pálpebras superiores apresentam entre 100 a 150 fios que se renovam em fases e por vezes promovem menor densidade, número e tamanho dos cílios. "Porém, quando há um quadro de queda importante (falhas ou a falta de cílios), no qual chamamos de madarose ou alopecia ciliar, há uma indicação de possíveis problemas orgânicos como: blefarites, alergia a maquiagens, carência nutricional e outras doenças como as autoimunes." Segundo a dermatologista, a maior causa de queda ciliar ocorre pelo abuso de maquiagem como rímel a prova d'água, uso excessivo de delineador ou marcas com pigmentos sintéticos e conservantes que provocam sensibilidade e alergia local. "Além disso, as maquiagens têm validade de uso, sendo que as máscaras, após abertas, não duram mais do que seis meses e devem ser removidas diariamente sem que fiquem em contato com a região durante a noite toda", completa. Dra. Claudia afirma ainda que os cílios podem cair por motivos nutricionais, por carência ou excesso de substâncias. "Deficiência do complexo B, Vitamina E, Zinco, Selênio, falta de Vitamina D, Ferro, Ácido Fólico e proteínas, além da Biotina e da Piridoxina. Já o excesso de vitamina A, também pode causar queda, assim como a falta de cílios".
No entanto, quando o rímel é volumizador e a prova d'água, ele deposita partículas, que provoca espessamento temporariamente, a dermatologista aconselha o uso de soluções bifásicas de óleo e água para retirar a maquiagem com algodão macio e movimentos circulares. "Do canto medial para o lateral para remover todos os resíduos antes de dormir, prosseguindo então com a higienização posterior com o sabonete de limpeza e o tônico", ensina. Outra preocupação básica é com relação à hidratação. "Para a saúde dos cílios, é essencial hidratá-los e nutri-los, não permitindo assim que as hastes mais finas e secas sofram fraturas ou fiquem mais finas e com tendência à queda ou rarefação. Portanto, quando utilizar o creme na área dos olhos, seja sempre específico para a região, aplique o produto indicado rente aos cílios ou ainda utilize com cotonete duas a três vezes por semana um óleo como o de rícino derivado da mamona ou um creme a base de provitamina B5", orienta. "Muitas vezes o próprio dermatologista indicará formulações específicas ricas em aminoácidos, silício, ácido hialurônico e um pool de vitaminas para ser utilizado à noite, ou antes, da própria máscara." O uso do curvex requer delicadeza e calma para manuseá-lo, afirma Dra. Cláudia Marçal. "A manutenção deve ser observada, como sua higiene e a famosa 'borrachinha', que deve ser trocada semestralmente e de preferencia ser de silicone. O curvex deve ser utilizado em fios médios e longos que por vezes são mais retificados e precisam de modelagem", explica. É essencial que os fios estejam secos e limpos e o curvex deve ser aplicado antes da máscara ciliar para que não haja quebra dos fios. "A grande maioria das máscaras, quando aplicada em várias camadas, deixa os fios ciliares mais duros e pouco flexíveis, o que pode provocar um trauma físico irreparável que leva a quebra no local da pressão."
A dermatologista afirma que os produtos para crescer cílios e os produtos para tingi-los são seguros desde que sejam aprovados pela ANVISA. "Podem ser fórmulas manipuladas por um dermatologista ou comprado na farmácia. Esses produtos prolongam a fase de crescimento dos fios já existentes deixando-os também mais espessos e pigmentados." Mesmo com os cuidados de aplicação, deve ser contraindicado para pacientes com olhos claros por ter uma tendência natural ao escurecimento da íris. "Aconselhamos que seja prescrito sempre pelo médico e realizado acompanhamento, pois há sempre a possibilidade de reação alérgica." Normalmente nota-se a diferença após dois meses de uso diário, sem interrupção. |
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