Brasileiros no Caminho das Índias
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O ano começa e tudo indica que o mergulho na cultura indiana será
grande, tanto nos aspectos de moda e beleza, como na culinária e costumes.
A novela “Caminho das Índias” que começa a ser exibida
hoje (dia 19) pela Rede Globo de Televisão, vai exibir muitas riquezas
dessa civilização regida por muitos deuses e muitas faces de cada
um. Uma explosão de cores, acessórios para atrair atenção
e maquiagem com os olhos bem marcados.
De acordo com autora do trama, Glória Perez, a novela vai evidenciar
muito a questão religiosa e assim como há uma trindade para os católicos:
Pai, Filho e Espírito Santo, existe a hindu: Brahma: é
o criador do Universo, o senhor de todas as coisas. Dele tudo partiu, a ele tudo
retornará; Vishnu: é o consevador do Universo,
responsável pela manutenção do mundo, a ordem; e Shiva:
é o destruidor, mas não num sentido pejorativo. É ele quem
desmorona para fazer renascer, quem provoca o caos para um novo momento. É
parteiro de novas possibilidades. “A introdução desses termos
funciona como um tempero para dar o sabor da cultura e que passará a ser
bom conhecida pelos brasileiros durante a novela”, disse Glória.

Já o mundo de exotismo, cores, vaidades, belezas, religiões e excentricidades
ganhará forma com os personagens, que juntamente com a equipe de profissionais
formada por cabeleireiros, maquiadores, produtores, figurinistas e roteristas
que estiveram na Índia e na região central de São Paulo -
onde há uma concentração de indianos -, em busca do máximo
de informações e conceitos para dar perfeição aos
cenários e figurinos. “Criar, carnalizar, dar vida ao que foi escrito
é um ‘barato’ e busco a forma mais orgânica para cada
conteúdo”, confirma Marcos Schechtman, diretor da novela.
Segundo ele, “Caminho das Índias” será como uma rota
do olhar, um redescobrimento do Brasil através do mergulho na ancestralidade
do oriente. A novela tem também consistência nos temas abordados,
sem perder o humor, a vitalidade, a fantasia e o romance, tão característicos
do gênero que vai evidenciar Maya (Juliana Paes) e Bahuan (Márcio
Garcia). “O grande ‘barato’ deste trabalho é exatamente
mergulhar numa cultura em que os paradigmas de vida, filosóficos, são
outros.Teremos músicas indianas que retratam a renovação
cultural e uma trilha incidental específica para as histórias do
Brasil e da Índia”, disse Schechtman.

Durante a trama vai ser possível conhecer a vaidade de mulheres e dos homens
indianos. Conceitos de acessórios para evidenciar a beleza dos cabelos,
expressão dos olhos, além da própria forma de vestir. A figurinista
da novela, Emília Duncan, disse que o vestuário indiano é
um presente para os sentidos, uma profusão de cores. “Para quem gosta
de indumentária, é como beber na fonte”, enfatizou Duncan
dizendo que na Índia, as mulheres usam roupas típicas como sáris
– um tecido enrolado no corpo – e punjabis – conjunto de calça
e bata comprida –, e os homens se vestem comumente como os ocidentais, só
que com peças que remetem à década de 70.
Vestuário tradicional
Emília trabalha com licença poética, trazendo o vestuário
tradicional, geralmente usado em rituais, para o dia-a-dia e enfatizando a cultura
indiana descrita minuciosamente no texto. “As pessoas que vivem no país
têm no vestir uma série de símbolos e precisamos torná-los
mais claros ao telespectador. As castas são como uma teia e, apenas trabalhando-as
de forma mais esquemática, passaremos a sensação que temos
quando visitamos o oriente”, finaliza a figurinista.
Por Mariano Rocha
Fotos: Divulgação G1.Globo.com |